O Touro e a Sucuri
Escultura relacionada com as transformações feitas pelo homem para desviar o curso do Rio São Francisco, aproveitando suas quedas d'água até chegar ao que é hoje. O touro representa o rio com a sua força e formosura naturais. A sucuri representa a ciências, o conhecimento humano. É a engenharia domando o grande gigante (o rio).
Paulo Afonso- Muito além do muro
O título remete a existência de um muro que dividiu a cidade de Paulo Afonso em dois bairros por mais de trinta anos. Antes e depois da instalação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco – CHESF, que foi o que impulsionou o surgimento do município. Aqui trataremos dos caminhos históricos da região, identificando os cenários, as relações entre o urbanismo e a formação da identidade cultural da cidade.
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
domingo, 28 de agosto de 2016
HISTÓRIA DE PAULO AFONSO
A região de Paulo Afonso começou a ser habitada por bandeirantes portugueses, no início do século XVIII. Chefiados por Garcia D'Ávila, subiram o rio São Francisco e atingiram as terras onde hoje está localizado o município.
Em 1725, o sesmeiro Paulo Viveiros Afonso, recebeu por alvará uma sesmaria, situada na margem esquerda do rio, no lado alagoano, e que abrangia as terras da cachoeira, até então conhecida como Sumidouro.
Tempos depois, em 1913, Delmiro Gouveia, industrial e empresário da época, vislumbra com o potencial da região, e implanta um grande e ousado projeto, a primeira usina hidrelétrica do Nordeste, a Usina Angiquinho.
A partir da ideia do pioneiro Delmiro Gouveia, o então Presidente do Brasil, Getúlio Vargas assina o Decreto autorizando a organização da CHESF - Companhia Hidrelétrica do São Francisco, oficializada em1948 com a primeira Assembléia Geral de Acionistas.
Em torno da CHESF nasce a o que viria a ser a cidade de Paulo Afonso, até então parte do município de Glória. Só em 1958 a nasce o município, através de sua emancipação política.
Paulo Afonso é uma cidade ainda jovem, com um grande futuro pela frente, uma cidade conduzida por mãos fortes de um povo trabalhador e alegre. Hoje considerada uma das melhores cidades do nordeste, dinâmica e com um grande potencial de crescimento, o verdadeiro “Oásis do Sertão”.
A população de Paulo Afonso foi formada por uma mescla de pessoas que vieram de vários estados do País para trabalhar nas construções da CHESF, desses pioneiros surgiu à nova geração que hoje povoa a cidade.
Por ser uma cidade relativamente jovem, Paulo Afonso ainda não possui uma identidade cultural formada, e sofre influências dos seus estados vizinhos. Vários projetos culturais estão sendo desenvolvidos, e muitos espaços foram construídos para a sua prática.
A baianidade local emerge com o povo nas horas de lazer. A simpatia, carisma e alegria do pauloafonsino tornam o local aprazível, e soma ainda mais para a qualidade de vida encontrada no lugar. A natureza, que premiou a região com belas paisagens, muita água e energia, é o cenário perfeito para se firmar a cidade do futuro.
Fonte: IBGE
http://www.acertepauloafonso.com.br/paulo-afonso
A
“cidade” da Chesf e a Vila Poty
Para a construção de suas obras, a Chesf separou o Acampamento da empresa dos arruamentos
que foram surgindo na chamada Vila Poty. Esta separação aconteceu,
primeiramente com uma cerca de arame farpado que foi, depois, substituída por
grande muro de pedras, reforçado por uma cerca de arame farpado, com uma
extensão de cerca de um quilômetro, desde a Guarita Principal da Chesf, ao
quartel do exército.
A guarita principal tinha três entradas: uma para o Acampamento da Chesf, onde
estavam os serviços essenciais para a comunidade como escolas, mercado,
cooperativa, feira livre, banco, campo de futebol, igreja católica, posto
médico infantil, o COPA. Outra entrada dava para o hospital, os escritórios da
empresa e para o Bairro General Dutra. Uma terceira permitia o acesso dos
empregados ao imenso canteiro de obras. Além da Guarita Principal, o acesso ao
Acampamento da Chesf era possível também por duas outras entradas, uma na
chamada Rua “D” e outra junto à Escola Murilo Braga (hoje Carlina).
Vigilantes da própria empresa faziam o controle de acesso a estas áreas assim
como todo o serviço de segurança da hidrelétrica, incluindo o acampamento com
seus bairros dos operários e dos profissionais mais qualificados, os clube
sociais, campo de futebol e áreas das usinas.
A cidade da Chesf foi planejada com um Bairro Operário, chamado Vila Alves de
Souza onde moravam os empregados mais humildes. Nela estavam o Clube Operário –
COPA –também frequentado por esses empregados, a Igreja de São Francisco, a
Cooperativa da Chesf (o supermercado da época), o mercado público e a feira
livre (onde hoje funciona a UNEB), o Banco da Bahia, único da cidade, ao lado
do mercado público, as Escolas Murilo Braga (hoje Carlina), Alves de Souza
(hoje Direc), Adozindo Magalhães de Oliveira (hoje Montessori), o campo de
futebol (hoje Estádio Álvaro de Carvalho), o Posto Médico Infantil (hoje APAE),
a Casa de Hóspedes, (para hospedar os empregados menos graduados que chegavam
para serviço temporário na hidrelétrica), o Hospital Nair Alves de Souza.
Em outro bairro, o General Dutra, ficavam as residências dos empregados mais
graduados, engenheiros, chefes de repartições. Ali também estava o Clube Paulo
Afonso, freqüentado por esses empregados e o Ginásio Paulo Afonso, onde
estudavam seus filhos, e a Casa da Diretoria, onde se hospedavam os diretores
da empresa, autoridades brasileiras, inclusive presidentes da República que
visitavam as obras da Chesf.
Do lado da “cidade” da Chesf, crescia desordenadamente a Vila Poty, sem
qualquer urbanização, casas de taipa, outras de alvenaria, ruas sem saída,
esgotos a céu aberto, água só nos chafarizes, sem luz elétrica, sem escolas.
Era chamada de Vila Poty porque grande número de suas casas eram forradas e
cobertas por sacos de cimento desta marca, usado em grande quantidade na
construção das barragens da Chesf. Do mesmo modo, existe, no lado alagoano, um
povoamento da Chesf chamado Vila Zebu, marca do cimento utilizado pela
hidrelétrica naquele lado da barragem.
Duas realidades bem distintas existiam naquele tempo. De um lado a “cidade” da
Chesf, com casas de alvenaria, modernas, ruas planejadas, jardins, água
encanada, luz elétrica, hospital, escolas, clubes sociais, vigilância. Do outro
lado, Era a Vila Poty. Separando estas duas realidades, a Chesf e a Vila Poty,
a hidrelétrica construiu uma cerca de arame farpado com cerca de um quilômetro,
da guarita principal da empresa até o quartel do exército.
Essa separação trouxe muitos dissabores e discórdia entre políticos
pauloafonsinos que atuavam como vereadores na Câmara Municipal de Glória, de
que Paulo Afonso era distrito, desde 1954, e os dirigentes da Chesf. E surgiram
vários movimentos para a emancipação política de Paulo Afonso, o que lhe
permitiria ter maiores condições de crescimento e de autonomia em relação à
Chesf.
À frente desses movimentos, os vereadores Abel Barbosa, José Rudival, e D.
Risalva e seu esposo Raimundo Toledo, estudantes do Ginásio Paulo Afonso e
escoteiros do Chefe Abel.
O rigor do controle de acesso às áreas do Acampamento, naquela época, motivou
movimentos políticos que acabaram reforçando a ideia da emancipação política de
Paulo Afonso. Acabar com o muro passou a ser bandeira de luta do então vereador
Abel Barbosa.
O sonho de Abel, de destruir o muro que separava os pauloafonsinos teve que ser
adiado e só se concretizou em sua segunda gestão como prefeito de Paulo Afonso,
nomeado pelo Presidente da República, por indicação do Governador Antônio
Carlos Magalhães, em agosto de 1979 permanecendo no cargo até 31 de dezembro de
1985.
Destruído o muro da Chesf, “o muro da vergonha”, foi criado o calçadão da
Avenida Getúlio Vargas que hoje abriga hotel, lojas, restaurantes e bares e se
transformou no ponto de encontro dos jovens pauloafonsinos. Um pedaço do muro
original de pedras, com cerca de 20 metros, ainda existe ligado ao muro do
quartel da 1ª Cia. de Infantaria (Exército), no local onde foi instalado um
ponto de ônibus urbano, em frente à Praça D. Jackson.
Esse muro separatista mereceu monografia de graduação em Comunicação do jovem pauloafonsino,
André Luiz O. Pereira de Souza e é tema do vídeo de sua autoria, “Paulo Afonso:
um muro, duas cidades”, “produzido como projeto experimental, realizado como
requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Radialismo e
Televisão, da Universidade Federal de Sergipe, em dezembro de 2002”.
A
“cidade” da Chesf e a Vila Poty
Para a construção de suas obras, a Chesf separou o Acampamento da empresa dos arruamentos que foram surgindo na chamada Vila Poty. Esta separação aconteceu, primeiramente com uma cerca de arame farpado que foi, depois, substituída por grande muro de pedras, reforçado por uma cerca de arame farpado, com uma extensão de cerca de um quilômetro, desde a Guarita Principal da Chesf, ao quartel do exército.
A guarita principal tinha três entradas: uma para o Acampamento da Chesf, onde estavam os serviços essenciais para a comunidade como escolas, mercado, cooperativa, feira livre, banco, campo de futebol, igreja católica, posto médico infantil, o COPA. Outra entrada dava para o hospital, os escritórios da empresa e para o Bairro General Dutra. Uma terceira permitia o acesso dos empregados ao imenso canteiro de obras. Além da Guarita Principal, o acesso ao Acampamento da Chesf era possível também por duas outras entradas, uma na chamada Rua “D” e outra junto à Escola Murilo Braga (hoje Carlina).
Vigilantes da própria empresa faziam o controle de acesso a estas áreas assim como todo o serviço de segurança da hidrelétrica, incluindo o acampamento com seus bairros dos operários e dos profissionais mais qualificados, os clube sociais, campo de futebol e áreas das usinas.
A cidade da Chesf foi planejada com um Bairro Operário, chamado Vila Alves de Souza onde moravam os empregados mais humildes. Nela estavam o Clube Operário – COPA –também frequentado por esses empregados, a Igreja de São Francisco, a Cooperativa da Chesf (o supermercado da época), o mercado público e a feira livre (onde hoje funciona a UNEB), o Banco da Bahia, único da cidade, ao lado do mercado público, as Escolas Murilo Braga (hoje Carlina), Alves de Souza (hoje Direc), Adozindo Magalhães de Oliveira (hoje Montessori), o campo de futebol (hoje Estádio Álvaro de Carvalho), o Posto Médico Infantil (hoje APAE), a Casa de Hóspedes, (para hospedar os empregados menos graduados que chegavam para serviço temporário na hidrelétrica), o Hospital Nair Alves de Souza.
Em outro bairro, o General Dutra, ficavam as residências dos empregados mais graduados, engenheiros, chefes de repartições. Ali também estava o Clube Paulo Afonso, freqüentado por esses empregados e o Ginásio Paulo Afonso, onde estudavam seus filhos, e a Casa da Diretoria, onde se hospedavam os diretores da empresa, autoridades brasileiras, inclusive presidentes da República que visitavam as obras da Chesf.
Do lado da “cidade” da Chesf, crescia desordenadamente a Vila Poty, sem qualquer urbanização, casas de taipa, outras de alvenaria, ruas sem saída, esgotos a céu aberto, água só nos chafarizes, sem luz elétrica, sem escolas.
Era chamada de Vila Poty porque grande número de suas casas eram forradas e cobertas por sacos de cimento desta marca, usado em grande quantidade na construção das barragens da Chesf. Do mesmo modo, existe, no lado alagoano, um povoamento da Chesf chamado Vila Zebu, marca do cimento utilizado pela hidrelétrica naquele lado da barragem.
Duas realidades bem distintas existiam naquele tempo. De um lado a “cidade” da Chesf, com casas de alvenaria, modernas, ruas planejadas, jardins, água encanada, luz elétrica, hospital, escolas, clubes sociais, vigilância. Do outro lado, Era a Vila Poty. Separando estas duas realidades, a Chesf e a Vila Poty, a hidrelétrica construiu uma cerca de arame farpado com cerca de um quilômetro, da guarita principal da empresa até o quartel do exército.
Essa separação trouxe muitos dissabores e discórdia entre políticos pauloafonsinos que atuavam como vereadores na Câmara Municipal de Glória, de que Paulo Afonso era distrito, desde 1954, e os dirigentes da Chesf. E surgiram vários movimentos para a emancipação política de Paulo Afonso, o que lhe permitiria ter maiores condições de crescimento e de autonomia em relação à Chesf.
À frente desses movimentos, os vereadores Abel Barbosa, José Rudival, e D. Risalva e seu esposo Raimundo Toledo, estudantes do Ginásio Paulo Afonso e escoteiros do Chefe Abel.
O rigor do controle de acesso às áreas do Acampamento, naquela época, motivou movimentos políticos que acabaram reforçando a ideia da emancipação política de Paulo Afonso. Acabar com o muro passou a ser bandeira de luta do então vereador Abel Barbosa.
O sonho de Abel, de destruir o muro que separava os pauloafonsinos teve que ser adiado e só se concretizou em sua segunda gestão como prefeito de Paulo Afonso, nomeado pelo Presidente da República, por indicação do Governador Antônio Carlos Magalhães, em agosto de 1979 permanecendo no cargo até 31 de dezembro de 1985.
Destruído o muro da Chesf, “o muro da vergonha”, foi criado o calçadão da Avenida Getúlio Vargas que hoje abriga hotel, lojas, restaurantes e bares e se transformou no ponto de encontro dos jovens pauloafonsinos. Um pedaço do muro original de pedras, com cerca de 20 metros, ainda existe ligado ao muro do quartel da 1ª Cia. de Infantaria (Exército), no local onde foi instalado um ponto de ônibus urbano, em frente à Praça D. Jackson.
Esse muro separatista mereceu monografia de graduação em Comunicação do jovem pauloafonsino, André Luiz O. Pereira de Souza e é tema do vídeo de sua autoria, “Paulo Afonso: um muro, duas cidades”, “produzido como projeto experimental, realizado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Radialismo e Televisão, da Universidade Federal de Sergipe, em dezembro de 2002”.
Foto aérea de Paulo Afonso, onde se pode ver além da cidade/ilha, os lagos de Moxotó e Delmiro Gouveia (á direita) e de PA-IV,(à esquerda, assim como as Usinas hidrelétricas Paulo Afonso I, II e III (á direita) a barragem de Moxotó e o início da Usina Apolônio Sales (acima, à direita) e a Usina de Paulo Afonso IV, à esquerda. Na parte de baixo da foto, o início do cânion do rio São Francisco, que tem 65 km até a barragem da Usina de Xingó, dos quais os 17 quilômetros, com paredões de até 100 metros de altura, ficam no município de Paulo Afonso-BA. As terras à direita do cânion já são território alagoano do município de Delmiro Gouveia.
Hino de Paulo Afonso - BA
Guerreiros que enfrentam a batalha
Firmando os pés na terra da magia
No rosto o suor, são homem|homens combatentes
Que tem nas mãos a força da energia.
E erguem a bandeira da coragem
Com armas empunhadas noite e dia
Velentes em ação, é um só coração
Simbolizando a nossa harmonia.
Nem mesmo a luz do sol e o pulso deste rio
Conseguiram impedir este grande desafio.
Paulo Afonso, Paulo Afonso,
Cidade de infinita beleza
Paulo Afonso, Paulo Afonso,
Criada pela própria natureza
Paulo Afonso, Paulo Afonso,
Lugar de encantos mil
És a capital da energia,
Riqueza do nosso Brasil
O rio São Francisco é tua origem
Nascendo lá na Serra da Canastra
E sob o solo vem, formando cachoeiras
Iluminando o céu da nossa pátria.
Tu és o braço forte que sustenta
A fonte inesgotável que não pára
O brilho da manhã, rasgando ao meio o véu
O mundo já conhece a tua glória.
Nem mesmo a luz do sol e o pulso deste rio
Conseguiram inpedir esse grande desafio.
Paulo Afonso, Paulo Afonso,
Cidade de infinita beleza
Paulo Afonso, Paulo Afonso,
Criada pela própria natureza
Paulo Afonso, Paulo Afonso,
Lugar de encantos mil
És a capital da energia,
Riqueza do nosso Brasil
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